Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUÍS RICARDO SANTOS DE MELO
DATA: 19/12/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Didatica VII
TÍTULO: Panorama espaço-temporal do câncer colorretal no Brasil: incidência, mortalidade, impacto da pandemia de Covid-19 no acesso ao tratamento e associação com determinantes sociais de Saúde (1980-2023).
PALAVRAS-CHAVES: Câncer colorretal; Mortalidade; Acesso ao tratamento; Análise espacial e COVID-19.
PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Enfermagem
SUBÁREA: Enfermagem de Saúde Pública

RESUMO:

Introdução: O câncer colorretal (CCR) representa um importante desafio para a saúde pública no Brasil, com mortalidade crescente ao longo das últimas décadas e expressivas desigualdades regionais, além de ter sido profundamente impactado pela pandemia de COVID-19, comprometendo o acesso oportuno ao tratamento oncológico. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico de base populacional integrando análises temporais, espaciais e espaço-temporais da mortalidade por CCR entre 1980 e 2021, bem como uma avaliação quanto ao impacto da pandemia da Covid-19 no acesso ao tratamento entre 2018 e 2022, considerando modalidades terapêuticas e intervalos até o início do cuidado. Foram utilizadas declarações de óbito provenientes do DATASUS, estimativas populacionais do IBGE e registros de tratamento do Painel de Oncologia do Sistema Único de Saúde, aplicando análise de séries temporais interrompidas e métodos de estatística espacial. Resultados: Foram registrados mais de 395 mil óbitos por CCR entre 1980 e 2021, predominantemente entre idosos, mulheres e indivíduos com menor escolaridade, com tendência de aumento na região Nordeste. Observou-se autocorrelação espacial positiva nas quatro décadas analisadas, com concentração de clusters de alto risco nas regiões Sul e Sudeste e surgimento de novos aglomerados em capitais e áreas metropolitanas do Nordeste. Durante a pandemia, houve queda acentuada no início oportuno de cirurgia e quimioterapia, com redução aproximada de 23% nos tratamentos iniciados em até 30 dias, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com as taxas permanecendo inferiores às tendências pré-pandêmicas até 2022. Discussão: Os achados revelam expansão temporal e territorial da mortalidade por CCR e evidenciam fragilidades persistentes relacionadas às desigualdades sociais e estruturais do sistema de saúde brasileiro. A interrupção e redução no acesso ao tratamento expõe vulnerabilidades das redes assistenciais e destaca a necessidade de estratégias regionais mais coordenadas. Conclusão: A consolidação dos resultados indica a urgência de políticas públicas mais equitativas, resilientes e voltadas ao fortalecimento da prevenção, rastreamento, diagnóstico precoce e organização regional do cuidado, a fim de reduzir a mortalidade por CCR, mitigar desigualdades e garantir continuidade no acesso ao tratamento oncológico, especialmente em cenários de crise sanitária.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2030768 - ALLAN DANTAS DOS SANTOS
Interno - 3357466 - MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA GÓES
Interno - 2394615 - EDUESLEY SANTANA SANTOS
Interno - 1256120 - CAÍQUE JORDAN NUNES RIBEIRO
Externo à Instituição - Luís Carlos Lopes-Júnior