Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA JOSÉ OLIVEIRA DOS SANTOS
DATA: 18/12/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Sala 408-A Didática 7
TÍTULO: Ultrassonografia à Beira do Leito na Detecção de Congestão Pulmonar: Influência do Excesso de Volume no Pós-Operatório de Cirurgia Cardíaca
PALAVRAS-CHAVES: Ultrassonografia point-of-care; Ultrassonografia pulmonar; Veia cava inferior; Congestão pulmonar; Sobrecarga hídrica; Cirurgia cardíaca; Enfermagem em terapia intensiva.
PÁGINAS: 85
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Enfermagem
SUBÁREA: Enfermagem Médico-Cirúrgica
RESUMO:
Introdução: A congestão é uma das alterações mais comuns e clinicamente relevantes no pós-operatório de cirurgia cardíaca, podendo surgir mesmo antes de manifestar sinais clássicos detectáveis pelo exame físico. Embora o Exame Clínico de Congestão (ECC) seja amplamente utilizado na prática assistencial, sua sensibilidade para identificar congestão precoce é limitada, especialmente em pacientes hemodinamicamente complexos. Nesse contexto, a ultrassonografia point-of-care (POCUS) tem se destacado como uma ferramenta valiosa, capaz de revelar achados subclínicos por meio do Lung Ultrasound Score (LUS) e da avaliação dinâmica da veia cava inferior (VCI). A incorporação do POCUS na avaliação diária realizada por enfermeiros pode representar um avanço importante na monitorização da sobrecarga hídrica e na tomada de decisão clínica. Objetivo: Avaliar o efeito do excesso de volume de líquidos nos desfechos de pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca com a utilização do POCUS. Método: Trata-se de um estudo do tipo coorte prospectiva, conduzido conforme as recomendações do Strengthening the Reporting of Observational studies in Epidemiology (STROBE),o estudo avaliou pacientes no pós operatório de cirurgia cardíaca, para coleta de dados foi realizada entrevista em questionário padronizado para obtenção de dados socioeconômicos, avaliação física e de prontuário para obtenção de características clínicas, para avaliação da congestão, por características clínicas foi utilizado o escore clínico de congestão, e para obtenção de imagens foi realizada ultrassonografia a beira leito de pulmão e de veia cava inferior. Foi comparado o tempo de internação em Unidade de Terapia Intensiva nos pacientes com e sem congestão, além de taxa de reinternação e óbito nestes dois grupos, após 90 dias pós alta hospitalar, os dados foram tratados por estatístico independente e analisados com software SPSS 24. Resultados: A avaliação ultrassonográfica identificou congestão em 73 dos 86 pacientes (84,9%), enquanto o ECC classificou apenas 27 pacientes (31,4%) como congestos. Entre os 73 pacientes com congestão ao POCUS, 65,8% apresentaram congestão leve e 34,2% congestão moderada; nenhum caso foi classificado como grave. Todos os pacientes não congestos ao POCUS (n = 12) apresentaram LUS normal. A análise multivariada mostrou que apenas o escore SOFA permaneceu como preditor independente de congestão (p < 0,05), sugerindo que maior gravidade clínica está associada à maior probabilidade de sobrecarga hídrica. Pacientes congestos apresentaram diurese significativamente menor (2,80 [1,90–3,70] vs. 3,95 [2,65–5,25] mL/kg/h; p = 0,047), embora balanço hídrico, volume infundido e tempo de circulação extracorpórea tenham sido semelhantes entre os grupos. Não houve diferenças significativas em ventilação mecânica, tempo de UTI e tempo total de internação. Conclusão: O POCUS demonstrou alta capacidade diagnóstica e perfil de aplicabilidade que favorece sua integração à prática clínica da enfermagem, configurando-se como um recurso estratégico para aprimorar a avaliação hemodinâmica e orientar intervenções mais precisas no cuidado pós-operatório.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2394615 - EDUESLEY SANTANA SANTOS
Interno - 3253450 - RITA DE CASSIA ALMEIDA VIEIRA
Interno - CASSIANE DEZOTI DA FONSECA
Externo ao Programa - 1120444 - JUSSIELY CUNHA OLIVEIRA





