Seg, 08 de dezembro de 2025, 17:52

Banca de QUALIFICAÇÃO: Ester Batista do Nascimento Vieira
Banca de qualificação

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ESTER BATISTA DO NASCIMENTO VIEIRA
DATA: 18/12/2025
HORA: 14:00
LOCAL: 4 Andar didática 7
TÍTULO: ULTRASSONOGRAFIA DA BAINHA DO NERVO ÓPTICO NA DETECÇÃO DA HIPERTENSÃO INTRACRANIANA EM PACIENTES DE TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO GRAVE
PALAVRAS-CHAVES: Traumatismo Cerebral; Monitorização não invasiva; Hipertensão Intracraniana; Diâmetro da bainha do nevo óptico.
PÁGINAS: 102
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Enfermagem
SUBÁREA: Enfermagem Médico-Cirúrgica
RESUMO:

Introdução: A hipertensão intracraniana (HIC) é uma condição neurológica crítica caracterizada pelo aumento anormal da pressão dentro da caixa craniana, resultando em complicações neurológicas graves e, frequentemente fatais. A implementação de tecnologias não invasivas, como a Ultrassonografia (US) da Bainha do Nervo Óptico (BNO), pode representar um avanço significativo na triagem hospitalar e na assistência a pacientes de TCE grave, contribuindo para a redução de mortalidade e sequelas decorrentes da lesão. No estado de Sergipe, onde o acesso à neurocirurgia e à monitorização invasiva ainda é restrito, a adoção de métodos alternativos na triagem hospitalar torna-se especialmente relevante. Objetivo: Avaliar a acurácia da US da BNO na estimativa da Hipertensão Intracraniana (HIC) em pacientes TCE grave, tendo a tomografia computadorizada (TC) de crânio como método de referência. Método: Trata-se de um estudo de coorte prospectiva, desenvolvido no Hospital de Urgência de Sergipe “Governador João Alves Filho” (HUSE). No estudo foram incluídos 119 pacientes com idade maior ou igual a 15 anos que sofreram TCE grave por um período de até 12 horas. Foram coletados dados clínicos e sociodemografraficos da cena até a alta hospitalar. Para estimar a acurácia da ultrassonografia da bainha do nervo óptico (BNO) para estimar a HIC, foram realizadas seis mensurações: na admissão hospitalar e, subsequentemente, 12h, 24h, 36h, 48h e 72h após a primeira medida. Para avaliar associações entre variáveis categóricas, utilizou-se o teste Qui-quadrado, para variáveis contínuas foram empregados os testes de Mann-Whitney U para comparação entre dois grupos e Kruskal-Wallis para mais de dois grupos. Todas as medidas foram comparadas com sinais de HIC avaliados pela TC da admissão hospitalar. O desempenho da estimativa do DBNO para identificar sinais de HIC foi avaliado pela área sob a curva (AUC). Resultados: A média de idade dos 119 pacientes incluídos no estudo foi de 37,36 anos (DP = 15,31). Observou-se predominância do sexo masculino (86,55%) e de indivíduos provenientes de municípios do interior do estado (74,79%), seguidos da Grande Aracaju (22,69%). Na comparação entre os grupos com e sem evidência de HIC na TC, identificou-se diferença estatisticamente significativa quanto à variável raça/cor, com maior prevalência de pacientes pardos no grupo sem risco de HIC (75,00%) e maior proporção de pretos no grupo com risco elevado (25,35%) (p = 0,0202). Além disso, verificou-se que pacientes com menor tempo de permanência na cena (23,37 min; DP = 29,43 min; p = 0,005), presença de lesões contusas (83,33%), sedação profunda com RASS -5 (79,17%) e pupilas anisocóricas (32,43%) apresentavam sinais de HIC na admissão hospitalar. A análise dos valores do diâmetro da bainha do nervo óptico (DBNO) nos três primeiros dias de internação revelou aumento progressivo e estatisticamente significativo em ambos os olhos. Na medida total, observou-se aumento médio de 0,382 mm (IC 95%: 0,215–0,549; p < 0,001) no dia 1, seguido por 0,458 mm (IC 95%: 0,290–0,627; p < 0,001) no dia 2 e 0,517 mm (IC 95%: 0,340–0,694; p < 0,001) no dia 3, em comparação ao valor basal (Dia 0). Considerando o DBNO total (média entre os dois olhos), verificou-se que o grupo com suspeita de HIC apresentou valores discretamente maiores (4,01 ± 0,80 mm) que o grupo sem HIC (3,86 ± 0,55 mm). Os valores de DBNO foram mais elevados em pacientes que evoluíram para óbito. A média das medidas do olho direito (4,07 ± 0,80 mm) e do esquerdo (4,09 ± 0,72 mm) foi maior entre aqueles que evoluíram a óbito. De forma semelhante, a média global do DBNO (todos os olhos) foi maior no grupo óbito (4,07 ± 0,73 mm) em comparação ao grupo sobrevivente (3,82 ± 0,65 mm), embora sem diferença estatisticamente significativa (p = 0,1021). Ao comparar os valores do DBNO obtidos por US com os achados tomográficos, não se identificou associação entre o aumento do DBNO e a presença de alterações estruturais indicativas de HIC ou desfecho óbito. Conclusão: Esses resultados sugerem que a medida inicial do DBNO na triagem pode não ser uma ferramenta sensível para a detecção precoce de HIC. A análise da acurácia do DBNO, utilizando a TC como método de referência, demonstrou que o DBNO não se configura como um bom indicador de triagem para HIC.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3253450 - RITA DE CASSIA ALMEIDA VIEIRA
Interno - 2394615 - EDUESLEY SANTANA SANTOS
Externo ao Programa - 4523497 - DANIEL VIEIRA DE OLIVEIRA
Externo ao Programa - 1020259 - ARTHUR MAYNART PEREIRA OLIVEIRA


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